sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ampliar os horizontes dos pequenos! Este é o caminho.

Pessoal!
Falando em música, quero dividir com vocês algumas experiências. Trabalhei 10 anos na Azaléia. Durante este período, com a chegada do professor Ernest Sarlet, para assessorar a empresa, houve um grande empenho para melhorar a cultura dos funcionários. Um dos meios foi a criação de um coral de sapateiros, como o professor mesmo nos chamava. Lembro que iniciamos com apenas sete integrantes. Nossa primeira apresentação, foi num almoço para os acionistas da empresa. Fomos muito aplaudidos e incentivados a ampliar este coral. Surgiu então o Coral Azaléia 2001, com 30 sapateiros. Os ensaios eram semanais. No começo como não tínhamos convite para apresentações costumávamos entrar dentro dos pavilhões, onde nossos colegas estavam produzindo sapatos, e mostrar nosso repertório.E é aí que quero compartilhar com vocês, as dificuldades. A maioria dos colegas, em primeiro lugar não conheciam, e diziam não gostar do canto coral. Outros achavam o repertório chato, pois cantávamos músicas como O Abre Alas de Chiquinha Gonzaga, Marcas dos que se foi, entre tantas outras. Lembro que fomos até vaiados numa destas aparições. Nosso regente, o maestro Newton Macedo, indignado com isso, prometeu a todos nós que mudariamos a situação. Passamos um mês ensaiando a sertaneja Majestade o Sabiá, mas numa versão nova. Chegado o dia fomos para o mesmo pavilhão que havia nos vaiado. Quando chegamos já fomos recebendo aqueles olhares \\\"VOCÊS DE NOVO.NÃO\\\", mas ficamos firmes. Levamos junto o nosso arranjador Giovani Costa para fazer a introdução da música. Fomos aplaudidos e até pediram bis. Desde aquele dia tudo o que nós apresentássemos era motivo de euforia por todos os colegas. Acredito que, a principal dificuldade que enfrentamos foi a idéia errada que se tem sobre o canto coral, por desconhecerem o que é. Principalmente num grupo de pessoas com pouca instrução e consequentemente pouca cultura. Não podemos deixar que este tipo de idéia errada acompanhe nossos alunos. Nosso papel é ampliarmos seus horizontes, torná-los pessoas conhecedoras da cultura de qualidade existente. Teatro, música, livros,arte seja lá o que for, precisamos apresentar a eles este mundo,através das práticas para não corrermos o risco de ampliarmos este número de pessoas que se acostumam a ouvir porcarias por não terem senso crítico. Se cada pessoa for mais crítica e abolir estas apelações que vemos, ouvimos e lemos diariamente, acredito que a mudança se dará brevemente. Acredito que desta forma, assistiremos a volta da qualidade dos programas de Tv e rádio, das músicas e dos livros ao nosso alcance.Lembrando que somos 80 em Sapiranga e cada uma (um) com uma média de 20 alunos, poderemos atingir a um número bastante expressivo. Vocês não acham?

Nenhum comentário: